segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Observação da metamorfose da borboleta - Alfabetização Científica

Nesses quase 10 anos como educadora da rede municipal, pude perceber o quanto as disciplinas de história, geografia e ciências são deixadas de lado nos anos iniciais do Ensino Fundamental. O processo de alfabetização é tão cobrado por nós professoras, que esquecemos muitas vezes de aliar as outras disciplinas com a aprendizagem da leitura e da escrita.
Pensando nisso e querendo aliar minhas duas formações (pedagogia e biologia), iniciei um trabalho de alfabetização científica que envolve desde aulas expositivas e dialogadas até a observação e registro de experimentos. Os alunos, desde muito pequenos podem ser estimulados a pensar em ciências. 
Por se tratar de um primeiro ano, priorizo ensinar por meio de imagens em apresentações de Power Point ou por meio de vídeos, já que nessa idade, é melhor mostrar do que apenas falar a respeito.
Já discutimos alguns temas a partir de apresentações de Power Point: água, tipos de seres vivos, necessidades das plantas, partes da planta, entre outros. A aguçada curiosidade dos alunos me faz a cada dia buscar mais temas associados a disciplina de Ciências. 
No entanto, eu não me contentei em apenas mostrar imagens e explicar o porquê de alguns fenômenos. Eu queria que desde muito cedo eles aprendessem o processo de desenvolvimento do pensamento científico que envolve primeiramente a formação de uma hipótese inicial, a observação do experimento, a pesquisa e a construção da teoria.  

Para isso, decidi usar uma lagarta. Peguei uma em uma planta que fica cheia delas aqui em frente a minha casa. Escolhi uma lagarta grande, que não precisasse de muito tempo e alimento para se tornar um casulo. Levei a lagarta com um pedaço da planta para os alunos. 

Árvore da qual foi retirada a lagarta

Lagarta em processo de transporte - dentro de um recipiente de plástico com furos

Com a ajuda da professora Miriam Milanelo, que cedeu o laboratório, o recipiente para o terrário, o papel filme, a terra e a luminária, construímos o terrário juntos. Alguns alunos até trouxeram outros animais como: tatu bola, piolho de cobra, formigas e lesma. Colocamos tudo no terrário com algumas mudinhas de plantas. Regamos e fechamos com papel filme.








Durante o processo, eles não observaram apenas a metamorfose da lagarta, mas conseguiram observar como funciona um ecossistema fechado. Além disso, a formação de gotículas de água nas paredes do terrário permitiu uma outra aula sobre o Ciclo da Água. Outra coisa que eles puderam observar foi a formação de fungos dentro do terrário, que para eles era apenas "um negocinho branco cheio de pelinhos". O papel da luminária, que funcionou como o Sol naquele ecossistema, também gerou uma série de questionamentos e levou os alunos a perceberem a grande importância desse astro para a vida na Terra.

Terrário pronto

O experimento, que durou cerca de um mês, levou os alunos a se interessarem pela vida das borboletas e dos insetos em geral. Outra coisa que eu percebi foi a valorização dos animais por parte deles. Hoje, eles não tem coragem de matar uma formiguinha sequer.


Pupa (casulo) formada após uma semana da implantação do experimento

Borboleta 

Para associar essa atividade com a alfabetização procurei propor momentos de escrita individual e coletiva de lista de bichos do terrário, dos materiais que foram utilizados, das fases da metamorfose. Li muitos textos científicos também a respeito das borboletas nos momentos de Leitura pelo Professor.

A avaliação dos pequenos será feita com base na participação deles e no registro que farão em duplas de tudo o que aconteceu. Será um verdadeiro relatório de experimento.

Aguardem futuras publicações com os resultados.
Espero que tenham gostado da ideia do projeto.

Assista no vídeo abaixo o exato momento em que a borboleta é libertada!


Agradecimentos:
Professora Miriam Milanelo - Professora de Ensino Fundamental II (Ciências)
Professora Eliana Pito Neves - Professora de Enino Fundamental I
Estagiária Beth
AVE Cláudia
Coordenadoras Pedagógicas Fabiana Venâncio e Rosana Romero
Direção - Sônia Parron, Maria Paula Vicentin e Miriam Fagundes
Alunos do 1° ano A


Texto, fotos e vídeos: Simone Brandão - Professora de Ensino Fundamental I



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