sexta-feira, 4 de março de 2016

INCLUSÃO: UM TEMA PARA SE DISCUTIR

No finalzinho de fevereiro, nossas professoras da SAAI – Tatiane e Ana Paula -, de Educação Física – Priscila – e nossas mães, participaram de um evento que colocou o tema inclusão e deficiência em discussão.

            No dia 27 de fevereiro de 2016 ocorreu, no espaço da Paróquia ao lado da CEI Dom Guanella no município de São Paulo, um evento organizado pelo supervisor Marcos Ganzeli. Este evento, destinado às mães de crianças com deficiência, serviu para informar sobre o direito que os filhos delas têm de uma educação de qualidade dentro da escola regular. A finalidade era que mães e professores conseguissem entender que estas crianças podem se desenvolver e muito por meio do contato com outras crianças dentro da escola regular.
            Lá foi possível ouvir uma banda de garotos e garotas que tinham deficiência auditiva e que tocaram várias músicas. Fiquei curioso e perguntei para a professora que explicou que os meninos e meninas sentiam as vibrações do som e mesmo com deficiência auditiva eles e elas conseguiam tocar. Logo, percebi que não precisa escutar para sentir a música e que tudo é possível.


Ilustração 1: Banda Música do Silêncio
           



           
            A Camila coordenadora do CEFAI, explicou o que é o CEFAI e para que serve. Resumindo: serve para ajudar mães e professores a lidarem e envolverem-se da melhor forma com as pessoas com deficiência. “Lá as professoras recebem formação para nos atender da melhor forma possível e desenvolver nossas habilidades” como falou a Letícia, que está me ajudando a escrever este artigo.
            Camila, também, falou sobre o que as professoras de SAAI devem fazer e que elas trabalham bastante para entender o que temos e preparar nossas aulas. Elas conversam até com nossos médicos, acreditam nisso? Ah! Elas, também, atendem alunos de outras escolas, como é o caso da Letícia, que estuda na EMEF Esmeralda.

Ilustração 2: Coordenadora do CEFAI Camila

       Depois, “um moço cadeirante pediu a palavra, ele tinha um cargo importante e era muito engraçado” - fala da Letícia. Este moço falou sobre a luta de nossas mães para que desde pequeninos conseguíssemos viver o melhor possível em sociedade. 

 Ilustração 3: Letícia prestando atenção na palestra
           




            Depois, o nosso supervisor Marcos falou sobre as leis que ao longo dos anos foram feitas no Brasil para garantir os direitos de pessoas como nós e é claro para ajudar nossas mães a terem condições legais de nos criar, sem precisar nos deixar em casa, leis que garantem que tenhamos o contato e a vivência em sociedade, muito necessária para nosso desenvolvimento como cidadãos.

Ilustração 4: Supervisor, Marcos, falando sobre os direitos da pessoa com deficiência e as leis brasileiras para inclusão do aluno com deficiência

           





            E, por fim, um psicanalista falou diretamente com nossas mães, sobre como é para elas lidar com o fato de ter gerado uma pessoa com deficiência, sobre o luto que elas passaram e que, depois disso, elas ergueram a cabeça e lutaram e lutam todos os dias para que possamos viver da forma mais justa e plena possível.
            A professora disse que o psicanalista falou também que existe um mito, o mito de que os adolescentes com deficiência intelectual sejam muito sexualizados. Na verdade, como eles são tratados sempre com muito cuidado, precaução e, muitas vezes, como criança, seus hormônios de adolescentes crescem, mas eles não. Ou seja, eles, como todo adolescente sentem desejos e necessidades, mas como são “crianças em suas mentes” fazem certas coisas sem malícia, sem achar que estão errados. Confesso que não entendi bem esta parte, mas a professora falou que um adulto vai entender. 
            Entre as mães presentes estava a mãe da Vitória Lígia que escreveu relatando como foi a evento. Abaixo está na integra seu relato:

“Quero agradecer a vocês que me proporcionaram uma tarde de sábado inesquecível. O Evento do direto à pessoa com deficiência foi demais. As informações passadas pela professora do CEFAI e o grupo SAAI foi de grande relevância na vida das mães que lutam por uma qualidade de vida melhor pelos filhos. Muita emoção, histórias de superação, esperança diante de testemunhos reais de pais e mães com seus filhos. A fase do luto a luta ressaltada pelo professor Dorea mostrando um caminho em um raciocínio lógico do nosso comportamento como pais de Crianças Especiais. Maravilhoso! Riquíssima experiência, como mãe e como professora. O show da Banda do Silêncio composta por jovens com suas limitações, uma verdadeira lição de superação. Simplesmente emocionante! E as três professoras, representantes da escola João Ramos, que acolheram minha filha com muita generosidade e apoio, a todas vocês não tenho palavras para agradecer”  
           
Ilustração 5: Maria, mãe da Vitória Lìgia




             E eu - Davi da EMEF João Ramos -, e a Letícia resolvemos, a pedido da professora Tati (tivemos uma ajudinha dela nesse texto), escrever tudo o que aconteceu. Espero que tenhamos conseguido mostrar para todos e todas que um evento como este deve ser divulgado e desejamos que mais eventos aconteçam e que mais e mais pais apareçam. E, acima de tudo, parabenizamos o Supervisor Marcos Ganzeli, por abrir esta oportunidade.

Abraços
Davi e Letícia

Alunos da SAAI EMEF João Ramos.